Sustentabilidade Inteligente

03 setembro 2005

Desastre Natural ou Humano? Sumário

Os desastres naturais seriam inevitáveis, mas o seu impacto é maior ou menor em função do ambiente construídos e do nível econômico da população.
Os impactos - em geral - são amplos, com grande perdas humanas, em regiões subdesenvolvidas.
Em regiões desenvolvidas as perdas patrimoniais podem ser grandes, mas as humanas pequenas.
O Katrina, no entanto, quebrou a regra, por imprevidência e incompetência.
Os impactos foram subestimados.
A população rica se evadiu, mas a pobre não teve alterativas próprias. O Governo não providenciou uma evacuação planejada. Teve que ficar, no risco (que infelizmente se realizou).
A cidade está abaixo do nível do mar, protegiada do rio e do lago que a cerca por diques e sistemas de bombeamento.
Não havia medidas de savaguarda, nem Plano B.
Ocorrido o desastre, a engenharia não foi prontamente acionada. A defesa civil e também militar não.
A população desamparada partiu para o saque. Em situação de desespero a barbárie emerge, com toda força.
Continuamos despreparados para enfrentar os desastres naturais.

Desastre Natural ou Humano?

Em 25 de junho colocamos aqui um comentário sobre os impactos dos desastres naturais, que seriam diferenciados entre países ricos e países em desenvolvimento ou sub-desenvolvidos, em função do nível de renda desses países e a capacidade de gerenciar esses desastres naturais.
O Katrina trouxe uma outra realidade.
Atravessando o país mais rico e poderoso do universo, mostrou, no seu rastro, a existência de uma grande população pobre que, por desinformação ou falta de recursos, não saiu de Nova Orleans e outras cidades próximas e sofreu as perdas com o furacão e o descaso das autoridades.

Ficamos sabendo que a cidade está abaixo do nível do mar e tem um sistema hídrico de proteção, do rio e do lago que a cerca. Os diques foram rompidos e, cinco dias após a passagem do furacão a cidade continua submersa. A decantada capacidade da engenheria norte-americana demorou a ser mobilizada para dar solução ao problema. Tampouco o exército mais poderoso do universo foi mobilizado para uma solução. Se Nova Orleans fosse no Iraque, talvez a resposta tivesse sido mais rápida.
As mais recentes notícias dão conta que soldados que estão no Afeganistão e no Iraque estáo sendo trazidos para Nova Orleans.
Será que o Katrina foi obra da Al Quaeda?

Os desastres naturais geram prejuizos, mas essas são amplificadas pela pobreza e pela incompetência.
Os ricos deixaram Nova Orleans e demais cidades ameaçadas. Deixaram os pobres, sem alternativas para onde ir. Quando a situação se agravou, reuniram os desabrigados, como gado, num estádio. O próprio estádio foi atingido.
O Governo Central não se abalou com a tragédia e, custou para Bush resolver interromper as suas sagradas férias para decidir pela ajuda e pela operação de salvamento.
Os pobres, desamparados, começaram a saquear. Incitados por aproveitadores se transformou em movimento de massa.
Só ai o Governo de Bush Jr . se tocou e mandou o exército: não em missão civil para salvar a população desabrigada ou para conter as águas. Foi para conter os saques, com instrução para atirar para matar.
Nova Orleans se transformou num Haiti.
A engenharia ficou por último. Não tinha Plano B.